Isso tem a ver com dois factos verdadeiros e aparentemente contraditórios. O primeiro é a presunção de que aquilo que escrevemos interessa a alguém. É a presunção básica do escritor. Por outro lado, há a ideia de que aquilo que se escreve é importante justamente por não ser apenas sobre nós. Se me disserem que um texto é pessoal e intransmissível então é um mau texto. De alguma maneira, tem de ser transmissível.
(...)
Se me disserem que um poema não é compreensível não me preocupa nada. Se me disserem que uma crónica não é compreensível fico a pensar que fiz alguma coisa errada. A não ser que a incompreensão seja propositada. Gosto muito daquela frase que o Cruyff disse numa conferência de imprensa: “se eu quisesse que você percebesse tinha dito de outra maneira.” Gosto muito disso como princípio de escrita.
terça-feira, 3 de abril de 2018
Soturno, sombrio, pessimista, urbano-depressivo
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário