Nunca a censurei por isso, nunca morri de amores por desportos motorizados. Mas tínhamos razões diferentes: enquanto eu, pura e simplesmente, os acho monótonos, ela escandalizava-se. Que era um desperdício de gasolina, que está tão cara e qualquer dia não há mais.
Deviam acabar com estas corridas, era com isso e com as missões espaciais, a NASA, essas coisas. Há pessoas a morrer à fome.
E depois rematava com uma cara indignadíssima
Resolvam primeiro os problemas na terra.
Tentei explicar-lhe que, por exemplo, ir de férias para o Algarve de carro também gasta combustível e não é nada que se possa considerar verdadeiramente fundamental para a Humanidade. Que ir ao cabeleireiro ou encher-se de laca todos os dias de manhã pode ser algo extremamente irritante para quem morre à fome em África (para além de que o ozono não gosta).
Perdi. Nunca lhe consegui explicar que há coisas mais importantes que o discurso do “há coisas mais importantes”.
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
A minha avó não gostava de Fórmula 1.
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