domingo, 24 de abril de 2011
Vou no comboio, algures depois de Kassel.
Vou de livro na mão há já algum tempo e resolvo pousá-lo um bocado para descansar os olhos. Ao meu lado, do outro lado do corredor, vai uma tipa grandalhona que entrou há pouco tempo no comboio. Traz uma mochila bem grande que pousou no banco ao lado dela e vai sentada à janela com o sol de final de dia a bater-lhe na cara. De repente, quando olho em redor, vejo que tem um raminho de qualquer coisa que parece salsa na mão. Debica com a mão direita e retira um pouco das ervas verdes e leva à boca. Mastiga e engole aquela porcaria e volta a tirar mais um bocado do ramo e volta novamente a levar à boca e a comer. Depois abre o recipiente de metal para o lixo ao seu lado e despeja para lá o remanescente. Ajeita-se na cadeira, refastelada e prepara-se para dormir um bocado.
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