A bala é mais rápida que o som dela própria. Quando a ouviu, já uma mancha avermelhada abria caminho no seu abdómen; progredia a passos largos. Levou as mãos até àquela cor intensa, explosiva. Incrédulo, durante um instante contemplou o sangue quente que lhe pintou a palma das mãos, os dedos.
Só então começou a sentir: as tonturas, o frio, a dor. Como se ele próprio não sentisse nada e fosse o sangue a alerta-lo para o facto de que tinha sido atingido. As pernas fraquejaram. Sem forças, depositou-se no chão e, enquanto tudo lhe fugia, só conseguia ter um pensamento.
A ironia de perder a vida para uma cor tão viva.
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