Não fazia a mínima ideia quem era o Andrew D'Angelo até o ver tocar no Eunice Muñoz em Oeiras no final de 2007. Foi o concerto dos Human Feel, uma banda fundada por ele próprio, pelo Jim Black e o Chris Speed à qual, posteriormente, se veio a juntar o Kurt Rosenwinkel.
Passado algum tempo, recebi um e-mail que falava da possibilidade do saxofonista ter um tumor cerebral. Infelizmente, nestas coisas, nunca sabemos bem qual a dose de verdade contida nas afirmações impressionantes. Aparentemente, e mais um “infelizmente”, é mesmo verdade: aqui, na página pessoal do saxofonista, a confirmação surge de chapa.
O mais significativo desta página, para mim, é o blog onde o Andrew conta a história da sua doença, desde o ataque que ele teve que despoletou o diagnóstico, passando pela operação e terminando na fase de relativa tranquilidade pela qual passa agora. É uma leitura bastante pesada. Para além de ter que lidar com a doença em si, o tipo não tinha seguro de saúde o que, como acontece com muitos outros americanos, o deixou em muitos maus lençóis.
No início de 2008, tropecei por acaso num gig dele numa peregrinação ao Village Vanguard. Estava como sideman do Bill McHenry. Na altura, ainda não tinha feito o follow-up do e-mail e tentado confirmar se estava, de facto, correcto. Atribuí a mais um diz-que-disse. Quando comentei com os meus acompanhantes dessa noite, levei com um coro de incrédulos: um tipo nessas condições não pode tocar assim. Uma intensidade e energia incríveis.
Afinal pode.
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
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