Gendarme é daquelas palavras que têm uma lógica auto-explicativa bastante vincada. Lembro-me quando, em miúdo, me explicaram o que me deveria ser óbvio mas não era. A palavra foi-me pronunciada devagar, separando o "gens" de "d'armes", de forma quase teatral. A associação destas pessoas com armas a uma força policial, por seu turno, foi imediata.
O modelo de força militar com responsabilidades policiais e de assegurar o cumprimento da lei foi exportado para vários países, incluindo para a portuguesa Guarda Nacional Republicana. Nem todos conservaram a piada da palavra (uma vez mais, como a GNR); já os italianos desenrascaram-se lindamente com os carabinieri.
Ocorreu-me que, pela força da razão do significado da palavra, a solução francesa não funcionaria em todo o lado: por exemplo, nos EUA falar em pessoas com armas não permite distinguir forças policiais de qualquer outro cidadão.
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