quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Da roupa ao lençol

Usamos roupa com diferentes capacidades térmicas e até camadas em diferentes zonas do corpo: nesta altura do ano, é normal uma t-shirt/camisa, seguida de uma camisola e, nas idas à rua, um casaco; no entanto, nas pernas temos as mesmas calças de ganga, e camada única. Mas na cama usamos uma estrutura que não diferencia as diferentes zonas do corpo em matéria de capacidade térmica (embora possamos ter camadas diferentes). Por uma questão de consistência, o cobertor ou edredon que cobre o tronco deveria ser diferente daquele que cobre as pernas e os pés.  

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Tânia e Cátia são nomes próprios como tantos outros.

No entanto, na génese, nas línguas eslavas, Tânia é o diminutivo de Tatiana, Cátia o de Catarina. Ou seja, são diminutivos que foram importados e assimilados por outras línguas que, ao longo do tempo, os promoveram a nomes próprios por si só, distintos dos nomes que lhes deram origem. 

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Seguir

Na vida virtual, as pessoas amiúde (dizem que) seguem outras nas redes sociais. Querem com isto dizer que acompanham as partilhas de conteúdos e notícias que outros vão colocando e, desta forma, mantêm-se a par do que vai acontecendo. Na vida não virtual (real?), seguir outrem parece, de imediato, coisa de stalker. Sendo certo que o stalking digital também existe, na vida não real é mais difícil falar em seguir uma pessoa sem ser com o pendor negativo da perseguição persistente.  

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Filantropia

Comprar jornais, seja em papel ou na versão digital, cada vez mais parece uma forma de filantropia. Só falta dar descontos sem sede de IRS.

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Tonnerre de Brest

Quando ouço falar tempestade, que actualmente assola o território nacional, nunca sei se "bárbara" é nome ou adjectivo.

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

A ilação de Costa

A culpa é nossa, conclui o Primeiro-ministro, depois de constatar o preocupante aumento de casos de infecção por Covid-19 dos últimos dias. Porque este aumento é claramente devido (só pode) a um relaxamento dos comportamentos e das medidas individuais de protecção, própria e alheia. Impossível haver mais justificação que seja para este aumento. Aliás, o facto de que o número de infecções está a aumentar noutros países europeus, também de forma que causa preocupação - e, em algumas casos, medidas duras de suspensão de actividade e/ou confinamento, a fazer lembrar os idos de Março -, é uma manifestação adicional que consubstancia a ilação de Costa. Não há cá sazonalidade nenhuma, não houve nenhum alerta de que uma segunda vaga poderia despontar com a chegada do Outono, às cavalitas da gripe (quê? quê?) sazonal (sazo-quê?) 

Costa constata ainda outra coisa, que consubstancia ainda mais o seu desapontamento com a população portuguesa: não há maneira de perceberem que têm de instalar a aplicação StayAway Covid, um valioso instrumento no combate à pandemia. Aplicação essa cuja instalação ele só tentará tornar obrigatória se a mesma população portuguesa não decidir voluntariamente, por livre e espontânea vontade, descarregar do espaço etéreo para o seu telemóvel (esperto). Uma aplicação de fácil utilização, uma vez que apenas requer que, aquele que testou positivo, solicite (rapidamente) um código às entidades de saúde e o introduza (rapidamente) no StayAway Covid.

Um amigo testou positivo há dias. Entre as várias aventuras e peripécias que o processo acarretou, destaco que as três tentativas que levou a cabo para obter o código e o poder inserir na aplicação, que tem instalada no seu telemóvel, foram totalmente infrutíferas. O que está em linha com esta notícia, que também reporta a dificuldade na obtenção dos necessários códigos. O que corrobora a pouca utilidade da aplicação que, sem códigos introduzidos, não serve para nada. O que corrobora que a insistência na obrigatoriedade da sua instalação é pouco avisada e, mais, é uma tentativa de sacudir a água do capote e tentar lançar a culpa do alastramento recente sobre a generalidade da população, esse bode expiatório. o que corrobora que se trata de uma tentativa de alijar responsabilidades. 

Stay away, StayAway Covid.      

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Igualdade no meio de desigualdade

Para evitar a desigualdade de tratamento entre quem tem e quem não tem telemóvel, implícita na proposta de tornar obrigatória a instalação da aplicação para a Covid, o governo só tem uma solução: distribuir telemóveis por toda a população, que não os poderá rejeitar. 

terça-feira, 13 de outubro de 2020

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

domingo, 11 de outubro de 2020

O outlook ainda não se adaptou ao novo dia-a-dia

Questiona-me sempre se tenho mesmo certeza quando envio um pedido de reunião sem especificar a localização.

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

É uma rua que me aparece, de vez em quando, em sonhos e que não sei localizar.

De todo. Parece estreita, ladeada de casas velhas e carcomidas, janelas que abrem para estendais com roupa a secar ao céu cinzento. O pavimento de paralelepípedos é rasgado pela linha metálica do eléctrico e não se vê um carro. Do meu ponto de observação, algures no passeio do lado direito, vejo a ligeira inclinação que desce à frente dos meus olhos. Não sei onde termina: uma curva à direita impede-me de ver muito mais a partir do sítio onde estou, e donde parece que não vou sair.  

terça-feira, 6 de outubro de 2020

Eddie

 Eddie Van Halen Recalls '1984' Battles With Producer

O Primeiro-ministro atou o Presidente da República à recente polémica relativa ao Presidente do Tribunal de Contas...

..., referindo a prática de não recondução dos detentores destes cargos. O argumento é atendível: a recondução pode dar azo a interpretações de favorecimento por parte do detentor do cargo, para fortalecer a probabilidade de vir a exercer um segundo mandato. Ou seja, quanto menos incómodo, melhor para as aspirações pessoais. Aliás, foi esta a argumentação utilizada para não atribuir um segundo mandato a Joana Marques Vidal como Procuradora Geral da República. É uma questão estrutural que poderia ser resolvida através da alteração das regras, por forma a que estes cargos tivessem mandatos únicos, potencialmente com uma duração mais longa (por exemplo, oito anos versus cinco). 

O problema é quando estas decisões são tomadas numa conjuntura que pode suscitar a aparência do problema oposto, i.e., que a não recondução é fruto do incómodo que o detentor do cargo efectivamente gera. Esta é uma interpretação mais do que justificada no caso de Marques Vidal: é (muito) difícil defender a ideia de que terá sido meiguinha para assegurar que o nome dela estivesse no topo da lista para mais uns anos à frente da Procuradoria Geral. Aliás, a haver uma percepção generalizada do seu papel é de que foi bastante incisivo e temerário, o que tende a andar de mãos dadas com o dito incómodo. Ora a mesma relevância conjuntural pode ser avançada para o actual caso do Presidente de Tribunal de Contas, numa altura em que o país vai ser inundado de fundos europeus, e dado o histórico de utilização dos mesmos ao longo das últimas décadas. 

Donde, em ambos os casos, a percepção do problema conjuntural parece claramente dominar o do estrutural, pelo que a opção pela recondução poderia ter gerado menos polémica. 

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

A recente crise não afectou o dia-a-dia dos presidentes americanos (e outros que tais)

É certo que terão condições bastante melhores que a maioria do comum dos mortais mas, no final de contas, já trabalhavam a partir de casa.