Entrevistas com familiares, gravações que dão uma ideia da juventude e adolescência de Kurt Cobain. Mas são os filmes caseiros que tornam o espectador num intruso, num voyeur da progressiva decadência. Não há nada de surpreendente na associação de Kurt Cobain com drogas. Mais difícil dizer o mesmo em relação à sua imagem esquálida e titubeante, magro e de aspecto débil, com Courtney Love às cavalitas.
O percurso dos Nirvana – como se juntaram? – e o salto vertiginoso do (quase-) anonimato para o estrelato é aparentemente um dado adquirido. E, no entanto, quando penso nisso, sei menos sobre o assunto do que aquilo que esperaria após sair da sala de cinema. Apenas que Kurt era surpreendentemente (?) ambicioso para quem se preocupava pouco (?) com a opinião alheia.
Num discurso no festival South by Southwest de 2013, Dave Grohl – a maior ausência do documentário, segundo consta estaria a promover o mais recente álbum – partilha com a audiência o seu espanto quando, numa reunião com uma grande produtora, Cobain responde à pergunta “So, what do you guys want?” com “we want to be the biggest band in the world”. Grohl riu-se, pensou que Cobain estava a brincar. Não estava.
É preciso relembrar onde estava o mundo da música naquela altura, diz Grohl, e percorre o Billboard top ten de 1990: Bon Jovi, Madonna, Phil Collins, Mariah Carey, Roxette, etc.. Foi neste contexto – “mainstream world of polished pop music” – que os Nirvana chegaram ao top.
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