sexta-feira, 28 de junho de 2013

Jersey

É possível que a senhora do hotel tenha evitado que perdêssemos o ferry. Pergunta-nos se vamos querer pequeno-almoço e, enquanto estamos a fazer contas à hora do bilhete e, por arrasto, à hora a que temos de sair, avisa-nos que temos que estar uma hora antes. Ficamos a olhar para ela: uma hora antes para entrar num raio dum barco? Pior que nos aeroportos, nunca nos teria passado pela cabeça.

Estacionamos o carro, seguimos em direcção ao terminal, dirigimo-nos ao balcão para fazer check-in. Ao que isto chegou, check-in num barco. Não muito tempo depois, o café e o crossaint são interrompidos pela indicação de que vai iniciar o embarque.

Cerca de uma hora e vinte minutos de mar agitado e temos o porto de Saint Helier à nossa frente.

Nove por cinco. Milhas, claro, ou não fosse Jersey é uma das ilhas anglo-normandas. Um paraíso fiscal e – de acordo com a fidedigna fonte chamada Wikipedia – o sexto PIB per capita mais elevado do mundo. Alugamos duas bicicletas na loja ao lado da estação de autocarros. As ciclovias estão indicadas no mapa, fazemos a baía à saída da cidade principal e pedalamos até ao outro lado, até Saint Aubain. Daí, o alcatrão passa a terra e entramos num arvoredo a fazer lembrar Sintra. Leva-nos até à ponta sudoeste onde se encontra o farol.

No regresso para a cidade, paramos para comer. Um tipo alto atende-nos. Hi guys. Fazemos o pedido e vamos a falar um com o outro em português até à mesa. Vocês são portugueses? A surpresa não devia ser tão grande, afinal estão (estamos) por todo o lado. Este já tinha estado nos quatro cantos do mundo – quase sempre a seguir miúdas, como nos explica. Também já tinha feito de tudo, até jogar à bola. E agora tem um bar de madeira num caminho no meio do parque.

Depois de comer, despedimo-nos e seguimos a pedalar. À medida que a tarde avança, começamos a fazer o caminho de regresso à baía. Entregamos as bicicletas, arranjamos mantimentos e esperamos pelo barco. Outra hora e tal até pisar novamente terras francesas. Quando chegamos, está uma gaivota em cima do carro, como se o tivesse estado a guardar o tempo todo.

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