quinta-feira, 4 de março de 2010
Horn
Preparavas-te um bocadinho antes. Fazias o olhar sério e só depois apitavas a buzina. Normalmente eram duas buzinadelas e não uma: duas resulta melhor porque parece mesmo que estás a chamar alguém e não a buzinar porque algum nabo fez um disparate à tua frente. E depois a mão, a mão no ar a cumprimentar, a dizer adeus àqueles estranhos que não faziam ideia quem éramos. Com ar convincente. Vão ficar a pensar “quem era…?”. E dizias este último “quem era…?” com um falsete agudo e fininho, com um volume elevado que quase me trespassava os tímpanos.
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