quinta-feira, 11 de março de 2010

Guardas tudo para ti, nunca dizes nada, nunca te expões, nunca dizes as coisas que verdadeiramente importam. Deixas-me especado, desconcertado, a fazer um esforço para tentar interpretar, perceber, depreender as coisas por entre o teu silêncio. Se te pergunto
Nada
E eu que detesto interpretar, porque que carga de água não dizes logo o que queres e paras com as charadas, não quero ter que te interpretar, que te perceber se não me dás nada, se não te expões, se não me mostras, se não me dizes as coisas que verdadeiramente importam e não tudo o resto que dizes, insignificante, insípido, desinteressante. E eu insisto
Nada
As coisas que verdadeiramente interessam. Dessas não dizes nada, não abres a tua boca para dizer seja o que for sobre isso e eu sei que queres falar, sei que queres tocar em tudo isso, sei que queres mandar tudo isso cá para fora mas não mandas, não soltas, não consegues soltar, não consegues imaginar-te a falar sobre as coisas verdadeiramente importantes. Escrito na tua cara, no teu olhar e
Nada
Dou voltas à cabeça, como nada se está escrito na tua cara, como nada se se está mesmo a ver que estás a rebentar com coisas para dizer, que estás rebentar de tanto silêncio junto, acumulado, silêncio podre, fétido de estagnado na tua boca que não se abre. Guardas tudo. Nunca dizes nada. As coisas que verdadeiramente importam.

E eu que detesto interpretar.

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