Cada vez me cansa mais ouvir. Enfada-me. Aborrece-me de morte. Cinco minutos de uma apresentação e estou a bocejar. Reuniões. Sobretudo se, à mesa, estão representantes daquele tipo de criaturas que adoram, deliram com a possibilidade de se ouvirem a si próprias a falar. Não aguento, nunca aguentei. A diferença, agora, é que não me dou ao trabalho de fingir que não aguento. Divago, apago. Desligo.
Sou um péssimo conversador de circunstância. Daquelas com muita chacha. Smalltalk. Encher chouriços. Nunca sei o que dizer, é confrangedor. As tentativas, mesmo que esforçadas, acabam quase sempre silêncios incómodos. Até mal-entendidos. E com pessoas a pensar que eu não jogo com o baralho todo. Suspiro quando a vítima se afasta e fico novamente sozinho. Escondo-me, refugio-me para que não me encontrem e não tenha que voltar a fazer o esforço de encetar um diálogo irrelevante. E isso cansa. E muito.
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
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