Há um considerável número de edifícios degradados e uma sujidade que não se vê nas ruas doutras zonas. Aqui, nas imediações da estação central, porta sim, porta não, vêem-se as luzes de neon a anunciar espectáculos de strip, peep shows, lojas de sexo. Em alguns casos, com quartos para aluguer, com as respectivas comodidades descritas à entrada (discrição, casa-de-banho particular, etc). As restantes portas abrem para casas de jogo, onde se pode fazer apostas em todo o tipo de eventos desportivos.
São vários os locais onde o cheiro a mijo é pronunciado. Sem-abrigo encolhem-se a um canto para se proteger do frio, cobertos por trapos ou, mesmo, enfiados em sacos-cama. Outros passam a pente fino os caixotes do lixo, vasculhando avidamente. Por vezes, o cheiro a mijo é substituído pelo da cannabis. Pelo meio da constante e intensa presença policial, estão toxicodependentes a consumir. Há um grupo, em particular, que se junta debaixo de um andaime de um prédio em obras: abrigam-se da chuva enquanto aspiram, com pequenos tubos plásticos, o fumo que resulta de aquecer um pequeno pedaço de papel de alumínio com um isqueiro.
O conjunto de ruas - talvez umas duas paralelas e algumas perpendiculares - está ensanduichado entre a Kaiserstraße, a sul, e a norte, a Mainzer Landstraße, umas maiores avenidas da cidade. Duas faixas para cada lado que, para além de permitir uma deslocação mais rápida do trânsito de este a oeste da cidade, aqui, funcionam também como uma espécie de fronteira: do outro lado desta avenida está o bairro do Westend, um dos mais afluentes da cidade. É sobretudo local de habitação, embora também existam algumas torres de escritórios, sobretudo de actividades financeiras, ao longo da Mainzer. O contraste é gritante: aqui as casas e os prédios arranjados, alguns de traça histórica, por vezes com pequenos jardins, albergam as classes mais privilegiadas.
sábado, 29 de fevereiro de 2020
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