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A crise do Serviço Nacional de Saúde
A Medicina do doente concreto foi sendo substituída pela Saúde que, inspirada nas modernas ciências sociais, trata doenças abstractas em consultas de hipertensão, de colesterol, de osteoporose, de electrocardiogramas e de análises, a cargo de médicos que, sem tempo para atender doentes, os enviam para as urgências. Em vez da Medicina que valoriza o médico-de-carreira e o médico assistente, temos agora a Saúde do médico anónimo, do médico-contratado, do médico-à-hora. Em vez da Medicina que faz profilaxia das doenças cuja causa conhece, temos a Saúde que anuncia planos ilusórios e globais de prevenção de doenças cujas causas se desconhecem. Em vez da Medicina que avalia as urgências caso-a-caso, a Saúde que obedece a algoritmos. Em vez da Medicina que analisa as mortes evitáveis para as evitar, temos a Saúde que as investiga para sancionar.
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