Nenhum dos convidados tem grande vontade para ali estar, sujeito ao desconforto das perguntas incisivas e de ser alvo de gozação e chacota. A questão é que existe sempre o incentivo para ir: se um dado político for e o rival não for, aquele que vai faz boa figura e o que não vai faz má figura. O que não vai passa por alguém que não se sente à vontade num ambiente que não lhe é favorável, com pouco fair play e, até, com pouca coragem para enfrentar o escárnio do Ricardo Araújo Pereira e do resto da equipa. Esta hipótese é aquela que gera o resultado mais favorável para um dos elementos - aquele que vai ao programa - mas também o menos favorável - para aquele que não vai.
Ora, por causa disso, para evitar ser apanhado na curva e fazer má figura por não ir quando o outro vai, só resta mesma uma hipótese: dizer sempre que sim à produção do programa. Ou seja, todos lá vão, é este o equilíbrio de Nash. Neste caso, ninguém verdadeiramente se destaca e, por isso, acabam os vários rivais por fazer algo que, no fundo, não querem.
Antecipando este desenlace, o ideal seria que combinassem todos, à partida, não ir ao programa. Desta forma, ninguém teria que passar por aquele mau bocado e, ao mesmo tempo, nenhum deles pareceria estar a fazer birrinha por não ir quando o outro vai. O problema é que o incentivo para desviar deste equilíbrio é suficientemente forte que qualquer compromisso prévio não seria suficientemente credível. Não resta outra hipótese senão assistir à gozação é aos inúmeros sorrisos amarelos.
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