domingo, 21 de agosto de 2016

Os dois juntos a desprezar tudo o resto.

Eu e tu contra o mundo. Nem é tanto contra, é mais parecido com colocar uma barreira entre nós e eles. Numa bolha, numa redoma ou campo magnético. Uma espécie de misantropia partilhada a dois. Nos primeiros tempos porque depois, a pouco e pouco, inevitavelmente, o círculo diminui de dimensão e, de repente, tu não estás no meu e eu não estou no teu, e o mesmo tratamento aplicado aos de fora passa a ser teu e meu. Quando damos por isso já é tarde, não dá para voltar atrás. Mas o mais curioso é que, de certa forma, não nos separou. Pelo contrário: continuámos unidos a desprezar tudo o resto, embora estivéssemos, pela mão do outro, ambos incluídos.

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