terça-feira, 12 de abril de 2016

Rigor

Não há mais ou menos rigor; ou há rigor ou não há rigor. Uma frase que ouvi num anfiteatro na faculdade, da boca de um professor do qual não gostava, uma desampatia que nada tinha a ver com capacidade técnica, antes uma ausência deliberada e orgulhosa de soft skills. Mas tinha razão. Toda. O rigor é uma variável binária.

Não significa, no entanto, que seja necessário utilizar constantemente níveis de precisão máximos em tudo. Seria impossível e, no limite, indesejável. Aqui entra outra coisa que aprendi na faculdade - desta vez não num anfiteatro: existem diferentes infinitos, uns maiores do que outros (um artigo sobre o assunto aqui). Tudo depende da tarefa em mãos. Um engenheiro que construa uma ponte pode necessitar de um grau de precisão maior do que eu quando me medem a altura para o cartão de cidadão. Custo/benefício.

Rigor é uma intersecção destes dois parágrafos: escolher o nível de precisão adequado para uma dada tarefa e manter o mesmo padrão constantemente. É claro que, quando pensamos em manter o padrão, consideramos normalmente falhas por defeito. Mas falhas por excesso também são faltas de rigor.

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