quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Warm up

O Louis CK confessa a influência decisiva que o George Carlin teve para ele. Refere a frase, a piada brutalmente politicamente incorrecta com que abre este sketch sobre pessoas anti-aborto. Aliás, como abre um espetáculo inteiro. O Carlin deu-lhe a coragem para subir ao palco e dizer tudo o que lhe passasse pela cabeça, por maior barbaridade que fosse.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Quatro elementos

«O espanhol a cada momento do dia faz uma eliminatória mental. É este o segredo da felicidade cultural dele. Pergunta-se quatro coisas – se tem fome, se tem sede, se tem sono e se tem tesão. Dessas quatro, elimina as três que angariam uma resposta que seja claramente não. Ou seja: se não tem fome, nem sono, nem tesão – é porque tem sede, mesmo que não saiba. E vai beber. E faz bem e sente-se feliz uma hora depois. Se, passada essa hora, já não tem sede, continua a não ter tesão nem sono – é porque tem fome. E vai comer. Hora a hora, interroga-se. E opta sempre pela menos negativa, partindo do princípio básico que, das quatro coisas que uma pessoa pode ter, há sempre uma que não apetece tão pouco como as outras três. E é sempre essa que uma pessoa deve seguir.»

Explicações de português explicadas outra vez, Miguel Esteves Cardoso

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Axis

O primeiro kick é igual à palavra que acompanha – contém e coincide com raiva. A inveja vem logo a seguir. A finalizar o refrão, o kick mais forte: bold as love. E no meio, uma enchente de cor:

metallic purple armour
fiery green gown
blue are the life giving waters
happy turquoise armies
my red is so confident
orange is young
my yellow in this case is no so mellow

É isso, um rainbow like you.

domingo, 26 de janeiro de 2014

Hats off

"It's not the moment to talk about that. It's the moment to congratulate Stan. He's playing unbelievable. He really deserved to win that title.

Tenho um suíço preferido novo

A prova de que esquerdas a uma mão não têm forçosamente que perder quando expostas a top spin. Pena o que aconteceu nesta final - só podemos falar num jogo normal até ao início do segundo set. O único a tirar disto é ficar contente pelo Stan(imal) que, de acordo com o Rafa, merecia. Vamos ver agora se aguenta o peso da fasquia.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Quando o pobre é grande, a esmola desconfia

- Were you mad?
- Maybe a little now that I think of it. I was mostly sad.
(…)
- Well, mad, sad… probably the same thing in the end.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Epidemiologia

"O Facebook deverá conhecer um declínio rápido nos próximos anos, diminuindo 20% face ao seu tamanho máximo até Dezembro de 2014", escrevem os autores do estudo. Segundo os investigadores, a rede social deverá perder "80% da sua base de utilizadores máxima entre 2015 e 2017".

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Aus Open

A Milka está a preparar uma edição especial de chocolates caso a final deste ano seja entre dois suíços.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

domingo, 19 de janeiro de 2014

As boxes estragam a minha experiência de ver televisão.

Gravar, voltar atrás, rever, etc., tudo funcionalidades que não se coadunam com a minha definição de ver televisão. A surpresa, a adrenalina de ligar o aparelho e tanto poder apreciar a oferta de um bom programa como apanhar a maior lixarada possível é um elemento fundamental. A roleta russa - e aqui a bala é o programa bom porque a probabilidade é menor - é o que me faz ligar o televisor.

sábado, 18 de janeiro de 2014

Coisa

Não sei se sabes, não sei se te apercebeste que foi este o momento em que tudo terminou
Não tens medo de ficar sozinho?
Perguntaste e nesse momento deixei de ser eu, vi-me como um instrumento teu, passei a ser
Já era, não tinha era ainda percebido
um instrumento ao serviço do teu medo de ficar sozinha. Foi como se me matasses, transformando-me de pessoa em coisa. E com isso mataste-nos.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Sexta alemã

Pior que perceber que não podia ter o que queria foi perceber que não queria o que tinha.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Elementar

Nomes que constam da tabela periódica: Hélio, Arsénio, Germânio. Alcunhas: Estrôncio e Crómio.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Frescura

Uma imperial servida em copo gelado. Uma água das pedras, uma cola-cola com gelo e limão. Vinho branco, vinho verde a acompanhar umas gambas. Um apfelsaftschorle a borbulhar. Sumo de laranja, um ice tea de manga. Uma caipirinha, um mojito cheio de hortelã. Tudo isto – e mais algumas coisas do género – excepto água: detesto água fria.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Bundles of joy

Diz
É sangue do meu sangue
Com uma força, com uma autoridade, com se reclamasse para si a posse, como se reclamasse para si o poder. E eu só queria dizer-lhe
não sou sangue de ninguém
Só tenho um sangue e é todo meu, independentemente de onde venho, para onde vou
Sangue do meu sangue
Uma conquista, como se me fosses marcar com um ferro em brasa, como se fosse o cume de uma montanha onde pôr uma bandeira e reclamar a escalada
Sangue

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Ombros

Tycho Brahe foi o primeiro a impor rigor científico a observações de astros. A base de dados que compilou ao longo de décadas a olhar o céu a partir da ilha de Hven foi a pedra basilar do trabalho de astrónomos subsequentes, foi um dos ombros sob os quais personalidades como Kepler se apoiaram para ver mais longe.

E, no entanto, Brahe é terrivelmente desconhecido. Há quem diga que foi vítima do “presentismo”, ou seja, da falha de julgarmos o passado com o disposto mental do tempo em que vivemos: Brahe não era adepto da teoria heliocêntrica de Copérnico. Algo que nos parece inconcebível a nós, que estamos em cima de muito ombros que nos foram postos à disposição por séculos de evolução do conhecimento científico: à altura de Brahe seriamos uma excepção, uma minoria que se podia contar com os dedos de duas mãos.

É este o drama do astrónomo dinamarquês: acertou em quase tudo, em tudo excepto no aspecto imperdoável em que não podia falhar e na base do qual a História (injustamente?) o julgou.

(Um abraço ao A.J. Barros Veloso)

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Nelson

Todos estes livros, filmes sobre o Mandela. Imensa gente só mesmo à espera que ele morresse.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Sona

Narcisista, seria preciso muito para dar a mão à palmatória: o tipo de pessoa que acha que está sempre certo, que arranja sempre justificações externas para erros que são manifestamente seus. Embora tenha tentado, não conseguiu naquele caso: um erro tão gritante que não teve outra hipótese senão fazer um pedido de desculpas. Arrancado bem lá do fundo, a muito custo, como se tivesse uma arma apontada à cabeça, como se as palavras lhe queimassem a boca, a língua. Curiosamente, tudo isto – que deveria ter tornado todo o processo mais forte – acabou por enfraquece-lo. Não era suficiente. E então
Desculpe-me mas o posso desculpar.
Saiu da sala deixando para trás a cara crispada e silêncio forçado.

sábado, 4 de janeiro de 2014

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Estar nem aí

Ser blasé não é uma forma de estar na vida, é uma consequência dela. A indiferença, a fleuma, são fruto de excessos: no meio de tanta coisa, da abundância, o original é escasso, um animal em vias de extinção.