domingo, 10 de junho de 2012

Matchpoint

Sempre gostei particularmente daqueles pontos no ténis que podem fazer um jogo pender totalmente para um lado ou outro. Como quando está 30 ou 40 igual e o próximo ponto pode dar um ponto de jogo ou um ponto de break, que por sua vez podem resultar num set ou mesmo num encontro para ambos os jogadores. No fio da navalha. Tento pôr-me nos pés daqueles tipos que estão no court, olhados, perscrutados por tantos olhos, no local e pela televisão. Deve ser uma tensão incrível lidar com esses momentos e eles estão completamente sozinhos. Da mesma forma que os decisores de topo falam (queixam-se?) da solidão inerente aos momentos de tomada de decisão.

O jogo de hoje, cujo desenlace foi adiado para amanhã por causa da chuva, é o expoente máxima desses momentos de aparente igualdade que só podem resvalar na oportunidade de um dos dois jogadores dar um passo de gigante no encontro. Finalmente percebi o que está em causa. Se o Nadal ganhar, torna-se no primeiro tipo a ganhar sete vezes em Roland Garros (sete!!), se o Djokovic ganhar será o primeiro tipo a deter os quatro Grand Slams ao mesmo tempo, algo que desde 1969, se não estou em erro, não acontece. É que não se trata apenas de ver quem leva o caneco para casa. Trata-se de decidir quem vai escrever o nome na história do desporto.

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