sábado, 3 de abril de 2021

UNKNOWN

Pede-me ajuda para preencher um formulário online em inglês. Sentamo-nos os dois à frente do computador. Eu vou explicando o que é solicitado e pedindo os dados à medida que as perguntas vão surgindo. Ao terceiro ou quarto separador, pedem a filiação e eu pergunto-lhe qual o nome do pai. Responde-me

Não sei

uma resposta que, no primeiro momento, me desarma até, uma fracção de segundo depois, perceber o que está em causa. Ela procura o cartão de cidadão, vira-o e mostra-me: naquele campo onde a (esmagadora?) maioria de nós tem dois nomes, ela tem apenas um, o da mãe. 

Carrego no ponto de interrogação, encaixado dentro de uma bolinha, à direita deste campo de preenchimento obrigatório. Na janela que se abre, pedem para, nestes casos, escrever

UNKNOWN

assim, em letras garrafais. Escrevo duas vezes: uma no nome próprio, outra no apelido. 

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