quinta-feira, 16 de maio de 2019

Perdi para o teu medo

Não foi uma derrota peremptória, categórica, daquelas que não dão qualquer margem para dúvida. Exactamente o contrário: durante algum tempo, parecia
pareceu-me na altura
que estava a controlar a situação, que poderia vencer. Pensei que poderia ter uma hipótese razoável. A sério. E não senti que pudesse estar a ser demasiado optimista, não tive a sensação de que pudesse ser a minha confiança a trair-me, a deixar-me ficar mal. Peito feito, deslumbrado com a meta ao alcance dos olhos. Subestimar o adversário. Nem sequer agora sinto que isso tenha acontecido.

Talvez nunca tenha tido verdadeiramente uma hipótese.
parece-me agora
Talvez estivesse destinado a ser o corredor de fundo que é ultrapassado, lenta mas decisivamente, nos últimos metros. A equipa que sofre um golo nos descontos. Morrer na praia. Talvez tenha subestimado o adversário
Como poderia estar à altura do teu medo?
Eu próprio devia ter ficado assustado com esse adversário, devia ter tido medo do teu medo. E nessa circunstância, talvez pudesse ter tido uma hipótese
parece-me
Talvez nessas condições pudesse ter estado à altura. Ou pelo menos, pudesse ter percebido mais cedo que nunca iria ganhar.

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