Deitado encostado à parede lateral, quase à frente da montra da loja. Visivelmente irritado, fala-lhe rispidamente, dobra os joelhos para se baixar, o corpo ligeiramente inclinado para se aproximar ainda mais. Diz-lhe que saia dali que a loja já abriu - é perto das nove horas. O outro roda sobre o corpo e tira a cabeça de dentro do cobertor amarelo seco e cor-de-laranja. Responde-lhe ainda meio estremunhado, solta uns quantos palavrões enquanto contesta a hora a que deveria sair daquele local para não afectar o negócio. O homem baixinho não espera para ouvir até ao fim, vira costas ostensivamente ao sem-abrigo a meio da resposta e volta a entrar na loja.
No dia seguinte, passo novamente no mesmo sítio. Não há um indício de que alguém tenha passado a noite naquela arcada em frente à loja.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2016
O homem baixinho sai da entrada da loja e dirige-se ao sem-abrigo que dorme na arcada
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