«This is the Catch-22 of the fossil fuel economy: precisely because these activities are so dirty and disruptive, they tend to weaken or even destroy other economic drivers: fish stocks are hurt by pollution, the scarred landscape becomes less attractive to tourists, and farmland becomes unhealthy. But rather than spark a popular backlash, this slow poisoning can end up strengthening the power of the fossil fuel companies because they end up being virtually the only game in town.»
This changes everything, Naomi Klein
sábado, 31 de janeiro de 2015
quinta-feira, 29 de janeiro de 2015
quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
Inconclusivo
Nunca diria que a caligrafia é uma aptidão fundamental mas não seria capaz de dizer que a tua não me impressiona. E, no limite, que também gostaria de conseguir escrever assim. Letras, palavras tão bem escritas. Tão bem desenhadas. Um traço fino, a proporcionalidade. Elegância.
E logo eu que sempre detestei escrever. Quer dizer, fisicamente escrever, pegar numa caneta ou num lápis e desenhar as letras e as palavras.
E daí que faça um esforço por escrever o menos possível. É desconfortável e desgastante. É um castigo. E, quando tenho mesmo que o fazer, tento abreviar as palavras e as frases ao máximo. De tal forma que o resultado, por vezes, é uma algaraviada de palavras cortadas ao meio por pontos e traços, uma espécie de código morse que resume uma ideia a uns quantos sinais quase ininteligíveis.
E logo eu que sempre detestei escrever. Quer dizer, fisicamente escrever, pegar numa caneta ou num lápis e desenhar as letras e as palavras.
E daí que faça um esforço por escrever o menos possível. É desconfortável e desgastante. É um castigo. E, quando tenho mesmo que o fazer, tento abreviar as palavras e as frases ao máximo. De tal forma que o resultado, por vezes, é uma algaraviada de palavras cortadas ao meio por pontos e traços, uma espécie de código morse que resume uma ideia a uns quantos sinais quase ininteligíveis.
terça-feira, 27 de janeiro de 2015
Abaixo do par
Observação do comentador da Eurosport: em qualquer desporto, estar abaixo do par significa estar a fazer uma exibição aquém do potencial e, por isso, inferior e negativa; a excepção é o golfe, onde estar abaixo do par é positivo.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
domingo, 25 de janeiro de 2015
sexta-feira, 23 de janeiro de 2015
Os extremos atraem-se
«Authoritarian socialism and capitalism share strong tendencies toward centralizing (one in the hands of the state, the other in the hands of corporations). They also both keep their respective systems going through ruthless expansion – whether through production for production’s sake, in the case of Soviet-era socialism, or consumption for consumption’s sake, in the case of consumer capitalism.»
This changes everything, Naomi Klein
This changes everything, Naomi Klein
quarta-feira, 21 de janeiro de 2015
terça-feira, 20 de janeiro de 2015
segunda-feira, 19 de janeiro de 2015
Secessão
Costuma dizer-se que no norte é que se trabalha mas a expressão é trabalhar que nem um mouro.
domingo, 18 de janeiro de 2015
Dois sistemas que diferem nos resultados ex ante e ex post.
O comunismo, para qualquer ponto de partida ex-ante, pretende gerar uma igualdade ex-post. O capitalismo pretende gerar uma igualdade ex-ante, para qualquer ponto de chegada ex-post.
sábado, 17 de janeiro de 2015
1000
This past weekend, the Swiss reached an extraordinary milestone of 1,000 wins on the ATP World Tour. But more than another celebration of a career that, to many observers, makes him the greatest player to ever pick up a racket, his victory over Milos Raonic to take the title in Brisbane reinforced the feeling that he will be a serious factor to land the big prize in Melbourne. Federer has maintained his confidence about his chances in the event that starts next Monday.
sexta-feira, 16 de janeiro de 2015
Conteúdo explícito
Acho que foi num álbum dos Guns N' Roses (Use your illusion?) que vi pela primeira vez o aviso, em letras brancas e pretas a alternar com o fundo, dirigido aos pais, naquele caso americanos, preocupados com a linguagem menos própria para os ouvidos de crianças: parental advisory, explicit content (ou lyrics em vez de content).
Sempre achei curiosa esta indicação. Porque não se refere verdadeiramente àquilo que pretende censurar, i.e., o uso explícito de palavrões. E desta forma parece adulterar o intuito, já que alegar (apenas) conteúdo explícito quando palavrões são usados significa que o mesmo conteúdo é menos explícito quando os mesmo palavrões não são usados. Ou seja, os palavrões tornam a linguagem e a mensagem mais clara. E com alguma (muita) razão. Por exemplo "isto é muito claro" e "isto é claro como o caralho" - o segundo é claramente mais explícito que o primeiro.
Sempre achei curiosa esta indicação. Porque não se refere verdadeiramente àquilo que pretende censurar, i.e., o uso explícito de palavrões. E desta forma parece adulterar o intuito, já que alegar (apenas) conteúdo explícito quando palavrões são usados significa que o mesmo conteúdo é menos explícito quando os mesmo palavrões não são usados. Ou seja, os palavrões tornam a linguagem e a mensagem mais clara. E com alguma (muita) razão. Por exemplo "isto é muito claro" e "isto é claro como o caralho" - o segundo é claramente mais explícito que o primeiro.
quinta-feira, 15 de janeiro de 2015
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
Fácil
Os anglófonos dizem "piece of cake" quando se querem referir a algo que é fácil. Os francófonos também podem dizer "c'est du gâteau" embora aparentemente não o façam correntemente. Os germanófonos, para além de "Kinderspiel", dizem "nur ein Klacks": apenas uma porção, dose de uma substância mole e meio líquida, como as colheradas de puré na cantina da escola. E nós os lusófonos? Canja.
terça-feira, 13 de janeiro de 2015
segunda-feira, 12 de janeiro de 2015
Nem sequer se trata de roubar as palavras dos outros.
Não tem nada a ver com roubar. É aproveitar. Um aproveitar que tem a vantagem de servir não só quem rediz mas também quem diz. Mutuamente benéfico. Uma espécie de relação simbiótica.
Quem diz vê a mensagem reforçada e a lealdade (canina?) reafirmada, uma forma de separar o trigo do joio. Quem rediz esconde-se no conforto da afirmação alheia, e insere-se cada vez mais na engrenagem da qual comodamente faz parte.
Quem rediz fá-lo com convicção. Com força, como se as palavras fossem mesmo suas, da sua laia. E, de início, parecem mesmo sair da sua cabeça, tudo parece genuíno, autêntico, credível; só mais tarde as palavras começam a soar gastas, usadas, em segunda mão, requentadas.
Quem rediz serve-se numa bandeja que é prontamente abocanhada. Na solidão, dirá ao seu próprio ouvido que não tinha outra opção, que o faz apenas por auto-preservação, instinto de sobrevivência. E sente-se melhor.
Mas sobrevive, nisso tem toda a razão, ele que sabe que chegou onde chegou justamente por esse comportamento. Bom comportamento. Bom comportamento que é premiado. E é assim que vai avançado. E se vai aguentando e aguentando. Sobrevive porque é exactamente essa subserviência que é recompensada ao fim do dia, uma recompensa entregue conjuntamente com a exigência de mais e mais entrega.
E vai continuando a entregar. Ao mesmo tempo que suspira pelo dia em que não exista mais quem diz e que não tenha que redizer mais. O dia em que passe a ditar aquilo que os outros vão repetir. O dia em que deixe de redizer para passar a dizer.
Quem diz vê a mensagem reforçada e a lealdade (canina?) reafirmada, uma forma de separar o trigo do joio. Quem rediz esconde-se no conforto da afirmação alheia, e insere-se cada vez mais na engrenagem da qual comodamente faz parte.
Quem rediz fá-lo com convicção. Com força, como se as palavras fossem mesmo suas, da sua laia. E, de início, parecem mesmo sair da sua cabeça, tudo parece genuíno, autêntico, credível; só mais tarde as palavras começam a soar gastas, usadas, em segunda mão, requentadas.
Quem rediz serve-se numa bandeja que é prontamente abocanhada. Na solidão, dirá ao seu próprio ouvido que não tinha outra opção, que o faz apenas por auto-preservação, instinto de sobrevivência. E sente-se melhor.
Mas sobrevive, nisso tem toda a razão, ele que sabe que chegou onde chegou justamente por esse comportamento. Bom comportamento. Bom comportamento que é premiado. E é assim que vai avançado. E se vai aguentando e aguentando. Sobrevive porque é exactamente essa subserviência que é recompensada ao fim do dia, uma recompensa entregue conjuntamente com a exigência de mais e mais entrega.
E vai continuando a entregar. Ao mesmo tempo que suspira pelo dia em que não exista mais quem diz e que não tenha que redizer mais. O dia em que passe a ditar aquilo que os outros vão repetir. O dia em que deixe de redizer para passar a dizer.
domingo, 11 de janeiro de 2015
sexta-feira, 9 de janeiro de 2015
Sucked in
Wilson: So you don't want to just avoid the issue; you want to avoid avoiding the issue.
House: Nothing is either as bad or as good as you think it is in the time.
Dr House
House: Nothing is either as bad or as good as you think it is in the time.
Dr House
quinta-feira, 8 de janeiro de 2015
«Segundo as estatísticas, e pelo que [...] lera numa revista ou num jornal qualquer, aproximadamente metade da população mundial não está satisfeita com o nome que tem. Ele pertencia ao grupo dos eleitos. Pelo menos, não tinha razão de queixa. Ou talvez fosse mais correto dizer que não se estava a ver com um nome diferente, nem imaginava que vida poderia ter levado com outra designação.»
A peregrinação do rapaz sem cor, Haruki Murakami
A peregrinação do rapaz sem cor, Haruki Murakami
quarta-feira, 7 de janeiro de 2015
terça-feira, 6 de janeiro de 2015
segunda-feira, 5 de janeiro de 2015
Cuba autêntica
domingo, 4 de janeiro de 2015
Bitola
Dois dedos são uma espécie de medida universalmente aceite daquilo que é q.b. – nem a mais, nem a menos. Por exemplo, uma pessoa sensata é uma pessoa com dois dedos de testa. Se tivesse apenas um dedo não teria, aparentemente, toda a sensatez e maturidade necessárias. Mas e com três dedos de testa? Seria tanta sensatez junta ao ponto de ser demasiada? Tornar-se-ia aborrecida pelo dedo adicional ou teria apenas uma testa muito grande qual monstro do Frankenstein?
Curioso é também a questão dos dois dedos de conversa. O que acontecerá se apenas tivermos um dedo de conversa? Ficará a meio e a saber a pouco porque muita coisa ficou por contar e discutir? E será que com três dedos de conversa estaremos a raiar o fala-baratismo? Muito interessante é que, nestes casos, este terceiro dedo (ou quarto, ou quinto, etc.) parece sofrer uma mutação para outra referência anatómica: falar pelos cotovelos.
A questão é se também se pode escrever pelos cotovelos. Dois (?) dedos de testa sugerem-me que talvez seja este o momento para um ponto final.
Curioso é também a questão dos dois dedos de conversa. O que acontecerá se apenas tivermos um dedo de conversa? Ficará a meio e a saber a pouco porque muita coisa ficou por contar e discutir? E será que com três dedos de conversa estaremos a raiar o fala-baratismo? Muito interessante é que, nestes casos, este terceiro dedo (ou quarto, ou quinto, etc.) parece sofrer uma mutação para outra referência anatómica: falar pelos cotovelos.
A questão é se também se pode escrever pelos cotovelos. Dois (?) dedos de testa sugerem-me que talvez seja este o momento para um ponto final.
sábado, 3 de janeiro de 2015
Desço a avenida.
Distraído, distante, a pensar na morte da bezerra. Mas há qualquer coisa do lado esquerdo - um vulto, um movimento - que me chama a atenção e olho instintivamente - um tipo com uma câmara e uma haste com um microfone na ponta. Olhar é sempre o pior que se pode fazer nestas circunstâncias: quando vê os meus olhos em cima dos dele, resolve vir meter conversa comigo (caso contrário quase juraria que não me teria abordado). Pergunta-me se me pode fazer umas perguntas sobre uma pessoa, cujo nome me diz e eu não retive de todo (como se nota). E digo-lhe exactamente isso, que não faço ideia quem seja e, portanto, não o posso ajudar. Insiste, diz que não há problema, que me dá três hipóteses de resposta e eu só tenho que escolher uma e eu digo-lhe que não quero aparecer na televisão, ao mesmo que começo a afastar-me dele. Responde-me: Mas isto é para a RTP International, não dá cá, ninguém vai ver.
sexta-feira, 2 de janeiro de 2015
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