segunda-feira, 8 de setembro de 2014
A mãe de todos os vícios
Arranjar espaço para a preguiça. Deixá-la crescer, progredir, desenvolver-se lentamente. Como uma flor nas mãos de um jardineiro. Um cozinhado elaborado nas mãos de um chef conceituado. Um filho que se educa. A preguiça como arte. Um conceito que se elabora e constrói, que se põe em prática numa obra para deleite próprio e alheio. E, sobretudo, que custa horas (muitas) e dedicação (muita). Nisso a preguiça pode enganar à primeira vista (e à segunda, e à terceira) - precisa de trabalho (sim, trabalho). Precisa de esforço aturado (um contra-senso). E até nisso é como a sua bête noire, o trabalho: sabe bem, tanto melhor na medida do que nela se investe.
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