quinta-feira, 13 de setembro de 2012
Dream
O raio da música a dar no rádio e eu a não a querer ouvir, cheio de vontade de tapar os ouvidos, fazer barulho, bloquear aquele som que não controlo. Tarde demais. Os acordes, a melodia, até o raio da letra, exactamente como me lembrava, a desenterrar o que não quero desenterrar, o que não me apetece desenterrar. Tudo é um pretexto – consciente, subconsciente? – para voltar atrás, recordar, reviver tudo outra vez como se fosse agora, neste momento. O rádio, a música e eu a ver tudo outra vez a passar à frente dos meus olhos, agora também me apetece fechar os olhos para não ver embora não esteja mesmo a ver. São só uns minutos, são só alguns minutos e depois passa, acaba, vem outra música a seguir. E veio, pouco depois, outros acordes, melodia, letra. Mas a memória ficou, é a mesma.
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