sexta-feira, 27 de maio de 2011

quarta-feira, 25 de maio de 2011

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Dou uma olhadela pelas notícias e vejo que alguns aeroportos do norte da Alemanha por causa da “#(/$#(% da nuvem de cinzas do !#(U$%”$(% do vulcão da “#(%”#( da Islândia. Stresso. Abro os sites dos comboios. TGV para Paris. 200 e tal euros. Tento perceber as condições, nomeadamente, se é passível de reembolso caso o espaço aéreo não fique fechado. Olho para os comentários que a minha chefe pôs no meu texto. Tento incorporá-los de forma a que não corrompa o que eu queria dizer. Procuro documentar-me para rebater os argumentos dela. Passo umas duas horas nisto. Ajudo o meu colega a perceber uma carta que recebeu da seguradora. Despeço-me dele – vai a uma conferência em Creta – e ele deseja-me boa sorte para chegar a Paris. Vou para a aula de alemão. Discuto a proposição de “hoffen”, faço de vendedor num role play e leio um texto sobre compras. Almoço. Entre garfadas, mandamos piadas porcas e gozamos com a única senhora sentada à mesa. Volto para a secretária. Trabalho em Excel a tarde toda. Gráficos, tabelas, populator. Ligo a uma colega que se vai embora no final da semana. Recebo a visita de um colega de outra divisão que agora vem para a minha. Reunião. Discussão sobre perspectivas de evolução nos EUA. Comércio. Petróleo e reunião da OPEP. Taxas de câmbio. Volto para os ficheiros. Luto mais um bocado. Ligo a outra colega que já se foi embora e que está só hoje de passagem na cidade. Não atende. Saio tarde. Vou às compras, não tenho nada no frigorífico. Vou a casa. Preparo qualquer coisa para comer. Ligam-me. Rendez-vous no Hit. Compramos umas cervejas. Fazem-me ir até à residência para nos juntarmos todos no parque a beber uma bejeca. Andamos de balouço e contamos piadas parvas. Despedida. Muito pouco emocionante. Volto para casa. Ando 20 minutos. Chego a casa e acabo de fazer a mala para Paris. Escrevo este texto. Xixi cama.

terça-feira, 24 de maio de 2011

BUS

Ligo o cabo USB do disco externo ao computador e vejo o cursor a mexer, a assumir aquele formato de quem está a pensar. Pouco depois, surge uma janela e uma das opções é “reproduzir automaticamente”. O que quer que seja que isto quer dizer.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Walk away

Não olhes para mim. Não faças esse olhar. Não sorrias enquanto fazes o olhar. E me acenas. Não venhas falar comigo. Com entusiasmo. Sentar-te ao meu lado. Não aproveites quando a conversa geral se distribui para outro sítio para iniciares uma conversa bilateral. Comigo. Para te meteres comigo. Muito menos para te meteres comigo. Não te metas comigo. Aliás, sabes que mais? Ignora-me. Se me vires, ignora-me. Nem precisas virar a cara, basta só não olhar com esse olhar, sorrir com esse sorriso acompanhado de um aceno. Muito menos sentar ao meu lado e meter comigo.

Faz-me esse favor. Faz-te esse favor.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Obra de regime

A Sagrada Sofia é uma mesquita improvisada. Construída sobre uma igreja, a subjugação religiosa poupou alguns pormenores interessantes, como alguns dos anteriores mosaicos ortodoxos que o interior ainda preserva. A Mesquita Azul é um símbolo de competição. Construída séculos mais tarde, pretendia ofuscar o esplendor da primeira pelo seu tamanho e imponência.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Minaretes por todo o lado.

Os megafones pendurados, pendentes, soltam o cantar a reza do almuadem. A escala harmónica dá-lhe uma cor exótica, parece que prolonga as notas mais tempo. Inertes e melancólicas. Quase parece que chora a reza. Uma reza que percorre ukm pedaço de cidade até ao som dos megafones de mais outro minarete. Foi preciso reparar na quantidade imensa de mesquitas em Istambul para conseguir perceber que Lisboa também tem imensas igrejas.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Margem sul

O barco faz uma daquelas voltinhas típicas de uma hora e meia pelo Bósforo. Custa meia dúzia de patacas e por isso resolvemos ir. As pessoas vão fazendo fila entrando uns bons minutos antes de arrancar para conseguir ficar com uns lugares no andar de cima. Ao mesmo tempo, o homem de voz cavernosa vai cuspindo “Bosfur, bosfur, bosfur”. Ecoa pelo embarcadouro, pela ponte com tantos restaurantes como pescadores. Em formato lengalenga. Sempre em blocos de três, com um curto intervalo entre os blocos, em que aproveita para fumar o cigarro ou debicar o chá.

domingo, 15 de maio de 2011

Backhand

Ando a adiar um post sobre o Djokovic mas acho que chegou o limite. A vitória de hoje eleva a temporada dele a um nível para lá de estratosférico. E se eu pensei que em Paris não havia pai para o Nadal, agora já começo a achar que pode haver um padrasto.

Explicar isto? Há dias vi um excerto da final de Madrid (e estou ansiosamente à espera que alguém ponha alguma coisa da de Roma no youtube): primeiro, a condição física do Djokovic melhorou imenso, o tipo não fica sem gás como ficava dantes; segundo, finalmente alguém que acredita que pode vencer o Nadal em terra; terceiro, mais técnico e se calhar mais importante que tudo o resto, a esquerda. O jogo clássico do balear é despejar imenso top spin na esquerda do adversário. Para um jogador como o Federer, esquerda a uma mão, isso é um verdadeiro inferno porque fica sem conseguir atacar e é uma questão de tempo até deixar uma bola mais curta e levar com as consequências. O Djokovic aprendeu a apanhar as bolas quando estão ainda a subir, evitando que o top spin actue e as torne muito mais difíceis de controlar, meio caminho andado para desmontar a estratégia do Rafa. Melhor: consegue mesmo transformar uma pancada dessas num ataque, algo que o Nadal não está habituado.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Tenho duas secretárias soterradas em papéis

Uma no gabinete, outra em casa. Ando constantemente a passear papelada de um lado para o outro, como se estivesse a semear. A confusão, claro, vai tão alta como a dos dois tampos de madeira que praticamente não chego a ver. Estou naquele ponto em que me custa desligar, estou a trabalhar 24 sobre 24, nem que seja só o back burner. Cansa. Um bocadito. E é uma boa desculpa para eu agora ir para a cama.

terça-feira, 10 de maio de 2011

quinta-feira, 5 de maio de 2011

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Presunção e água benta

O xadrez é o único contexto onde é socialmente aceitável que um bispo coma um peão. Ou dois, até um máximo de dez. Ou uma torre. Ou duas. Ou uma rainha. Ou um cavalo. Ou dois. Ou um rei. Ou outro bispo. Ou dois. Ou mais do que uma das figuras supracitadas – desde que, obviamente, o rei seja o último. Ou, inversamente, ser comido por qualquer umas destas figuras.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Se isto não é a coisa mais geek que existe

«Near the peak of the market, around 1999, it seemed that conversations about the stock market were everywhere. I used to play a game then with my wife when we went out to a restaurant to eat, I would predict that someone at an adjacent table would be talking about the stock market. I did not listen to others’ conversations, but I developed an ability to hear the word “stock market”. Usually I was able to catch it. Bringing up the stock market was seen then as an accepted, even mildly exciting, conversational gambit.The market was an agreeable topic. Five years later, bringing up the stock market at a social occasion no longer seemed so appealing; it might have seemed like an intrusion, a faux pas, a poorly judged attempt to mix business with pleasure. By 2004, one was more likely to hear about the housing market. The difference between 1999 and 2004 is subtle, but nevertheless revelatory of the fundamental change in investor enthusiasm for the market.»

Irrational exuberance, Robert Schiller