domingo, 27 de março de 2011

Fragezeichen

Esbarro constantemente nesta parede, neste muro de betão armado. Constantemente. Sempre que parece que estou a dar mais um passo em frente, de imediato sou empurrado de volta para o mesmo sítio. Encurralado. À minha frente, novamente, outro obstáculo. Igual a todos os outros, no fundo, é sempre o mesmo. O ponto de interrogação. Redondinho e com aquela pintinha lá em baixo.

Ebenso

Perguntas o que não deves. Quer dizer, não é bem o que não deves, é aquilo que devias saber
Já devias saber
Não tem propriamente resposta. Mesmo que eu te a quisesse dar – e afianço-te que te a daria sem segundas intenções. Mas não posso, juro que não posso, nem que quisesse, juro. Fazes as perguntas erradas, já te disse e, no fundo
Já devias saber a esta altura
É como se estivesses a perguntar a um bêbedo porque razão bebe, perguntas que, mesmo que tenham resposta, não te as posso dar, estou farto de te dizer, já devias ter percebido e, mesmo assim, insistes e voltas a insistir e perguntas e, por esta altura
Já devias saber
Que não gosto que insistas quando sabes perfeitamente que não tenho como te responder, não te posso responder, não sei como te responder, não tenho nada com que te responder. E, mesmo assim, perguntas.

sábado, 26 de março de 2011

I'm still alive

Passaram-se dias (semanas, a bem dizer) e, depois de perder as batalhas iniciais com o meu acesso à internet, finalmente consegui ganhar algum terreno: este post. A guerra, essa, está longe de estar ganha. Mas o importante, é que ainda estou vivo, mais ou menos o propósito deste post (novamente este post). Daqui até ao I'm still alive é um saltinho e, outro saltinho depois, esta coisa tirada do Youtube:

quarta-feira, 9 de março de 2011

Eine Leiche im Keller

Ginástica. É tudo uma ginástica. Conseguir passar pelos obstáculos todos. Contorcionismo. Manter todos os pratos a girar ao mesmo tempo e não deixar nenhum cair e partir-se. Jogo de cintura. Passar por entre os pingos da chuva. Estilo dançar o limbo.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Mais crónicas de uma fada do lar

É um pincel procurar os produtos de limpeza que pretendemos nas prateleiras estrangeiras. Isto porque memorizamos de acordo com as marcas. E os mesmos produtos têm nomes diferentes.

domingo, 6 de março de 2011

Crónicas de uma fada do lar

Aqueles botões que os aspiradores têm que servem para regulador a intensidade são uma parvoíce, um logro. Toda a gente sabe que são para pôr no máximo e usar sempre assim.

sábado, 5 de março de 2011

quarta-feira, 2 de março de 2011

Stille

Rodo a chave um bocado a medo, ainda não estou habituado a esta porta, a esta fechadura. Sigo o corredor parcialmente iluminado pela luz exterior que entra pela janela da cozinha. Paro. A ver, a olhar. A ambientar-me. E só depois que percebo que paro para tentar ouvir os sons. Ou a ausência deles, que é aquilo que verdadeiramente desejo. Nunca quis tanto o silêncio.

terça-feira, 1 de março de 2011

Vitinho

Hoje foi um dos dias mais despertos dos últimos tempos. E, no entanto, de repente tenho um sono inexplicável. Claramente um processo de reposição.