domingo, 30 de maio de 2010

Dois trezentos e cinquenta e tal quilómetros

Está a dar o concerto do Rock in Rio dos Megadeth ao vivo na Sic Radical. O som da voz está horrível e o Dave Mustaine está velho. O Marty Friedman rula.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Schwalbe

Dada a profusão de cuspidelas no decurso de uma partida, tenho alguma dificuldade em perceber a facilidade com que os jogadores de futebol se atiram para a relva, seja para fazerem carrinhos, simular faltas ou apenas para comemorar um golo.

sábado, 22 de maio de 2010

Caixa de Pandora

As modernas boxes de televisão vão acabar com o zapping. Com o tempo que leva a passar de um canal para o outro, percorrer a grelha toda passou a ser uma tarefa demasiadamente morosa.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

S&M

A relação da maioria dos portugueses com a administração pública é de estado-masoquismo.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

terça-feira, 18 de maio de 2010

Stillness (of time)

Sentada mesmo à minha frente. Não gosto quando se sentam mesmo à minha frente. Se olho então parece que estou a fazê-lo fixamente; se não olho então fica estranho, constantemente de cabeça para o lado a tentar fixar-me em qualquer coisa que ajude a passar o tempo. Para o chão por exemplo. Calça umas havaianas, aquelas coisas de enfiar entre o dedo grande o pé o que vem imediatamente a seguir. Nunca gostei de andar com esse tipo de chinelos, aleijam-me os pés. Ali, contrastam com o azul da ganga das calças. Não muito escuro. Escuros são os olhos. A pele morena. Imóvel. Não sei para onde olha, não vou procurar saber, não quero esbarrar num olhar que embarace. A garrafa de água entre as pernas, uma mão sob o gargalo, a outra a agarrar o corpo. Detesto quando se sentam mesmo à minha frente. Brinco com o bilhete, olha para o lado, o homem que está no outro banco, penso em qualquer coisa que me distraia. Mas não consigo deixar de pensar que estou a ser observado, olhos escuros, pele morena, o cabelo também escuríssimo, o contraste na camisola lilás, a garrafa transparente, uma mão no gargalo, a outra no corpo. Imóvel. Havaianas: não deve dar jeito nenhum andar o dia todo com aquilo. Olhar para o lado, para o lado, só de soslaio para a frente, nunca totalmente, o escuro dos olhos, cabelo, pele morena. Tudo estático, sem movimento.

Imóvel.

domingo, 16 de maio de 2010

Duas, três coisas sobressaem do jogo de hoje.

Em primeiro lugar, a estatística mais esquizofrénica da história do ténis: no primeiro set, se não me falha a memória, Nadal ganhou 52% dos pontos em que meteu o primeiro serviço e 80% dos pontos em que meteu o segundo serviço. Ora isto é ridículo em toda a linha; a estratégia óptima de um jogador destes é estatelar o primeiro serviço na rede e, contentinho da vida, partir para o segundo saque. Enfim, não é bem assim porque há aquela coisa da probabilidade condicionada e essas tretas todas. Mas isso agora não interessa porque, em segundo lugar, Nadal ganhou novamente. Bom, no fundo, isso também não interessa assim tanto porque estava-se mesmo a ver como aquilo ia acabar. O que efectivamente não interessa boi é o facto de que o espanhol adicionou mais um gesto curioso na lista de coisas a fazer naquela rotina antes de começar o ponto: agora manda uma valente cuspidela para o chão. O que interessa assim-assim é que Rogério voltou a fazer tudo exactamente igual, ou seja, criou hipóteses e depois enterrou-as todas na terra alaranjada para onde o Nadal agora manda cuspidelas. Ao que tudo indica, o próximo solo onde mais cuspidelas surgirão, leia-se, Roland Garros, verá uma lenda erguer-se ainda mais. Depois de limpar os três masters em terra de enfiada, a taça dos mosqueteiros está mesmo a jeito. A jogar assim, só se lhe partirem uma perna.

Pronto, lá vai o meu coraçãozinho outra vez

El Madrid Open albergará la final soñada desde el principio del torneo. Roger Federer y Rafa Nadal se volverán a ver a las caras un año después en el mismo escenario.

(U) Kent touch this

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Rapeseed


Cuja principal finalidade é a produção de biocombustível. E decorar a paisagem britânica, dar-lhe um aspecto colorido mais a puxar para os trópicos. Enfim, com este nome parece qualquer coisa saída de mais um escândalo de igreja.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Stranded #3

Made it! Ao terceiro voo marcado foi de vez. E cheguei mesmo a tempo de ver o cortejo do Papa do Terreiro do Paço até à Luís Bívar. Devo dizer que não fiquei muito bem impressionado: então não é que o Papamóbil cometeu uma infracção de trânsito ao virar na Fontes Pereira de Melo directamente para a Latino Coelho sem passar ali em frente à PT?

Vou comer uma sopa e vou para a cama.

Stranded #2

Novo voo pela Monarch dentro de pouco tempo. Para já, não está cancelado. Vamos ver se uma ida a Gattwick de madrugada não se transforma num exercício de paciência.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Just go

Difícil perceber quando já não vale a pena, quando insistir é totalmente infrutífero. Atirar a toalha ao chão. Desistir é um gesto teimosamente adiado, protelado ad eternum.

Cliff Richards

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Pull the Plug

Há um hábito muito comum neste país de falar indirectamente e enviar recados. Como se estivessem a trocar informação confidencial através de um canal seguro com sistemas de encriptação, cujo código que permite decifrar a mensagem só o feliz destinatário possui. Ou seja, como uma espécie de jogo de espionagem.

É possível que esta prática tenha algumas virtudes: este tipo de discurso nas entrelinhas cria imenso emprego nos meios de comunicação social a uma séries de indivíduos com a categoria profissional de “comentador” que passam a ter a oportunidade de desenvolver uma actividade que poderia ser descrita como o descortinar da verdadeira motivação por detrás das palavras proferidas. Mas tem seguramente a desvantagem de gerar confusão, ruído, indecisão.

Esta última semana, o Presidente da República veio fazer uma comunicação onde, entre outras coisas, se referiu à necessidade dos investimentos feitos no âmbito da actual conjuntura económica terem uma preocupação acrescida com alguns aspectos como, por exemplo, a utilização de mão-de-obra nacional e menor recurso a bens importados. De imediato, soundbytes do tal coro de vozes que se dedica a escalpelizar as palavras de pessoas importantes surgiram a indicar-nos que se tratava de uma reacção negativa ao anúncio do Primeiro-Ministro, que surgiu um dia antes, no qual foi frisado que os grandes investimentos públicos – o aeroporto do Alcochete e a linha de TGV entre Lisboa e Madrid – seriam efectivamente para levar a cabo.

Ora este coro de vozes pode ter toda a razão do mundo e, muito certamente, tem-na mesmo: também considero altamente provável que o Cavaco tenha aberto a boca com essa intenção. Agora, o que eu gostava mesmo é que o próprio se antecipasse aos comentadores e indicasse qual o verdadeiro alcance da sua comunicação. Nesta e em qualquer outra que faça. E, já que estamos nisto, que dissesse se não demite este Governo porque acha que não o deve fazer ou se só não o faz porque pensa que uma acção dessas terá um impacto negativo nas suas aspirações a um segundo mandato nas eleições presidenciais do ano que vem.

E daí, se calhar não é assim tão importante que faça esse esclarecimento, escusa de se dar ao trabalho. Afinal, a esmagadora maioria dos comentadores que para aí tenho ouvido apostam no segundo motivo.

domingo, 2 de maio de 2010

Congratulations

Num outdoor a propósito da vinda do Papa, a fotografia chamou-me a atenção. A fardamenta branca, em concreto. Parece o Cliff Richards. Só lhe faltam os óculos escuros da moda.

sábado, 1 de maio de 2010

Painel

No tempo certo. Correcto. Naquele momento. O ponteiro alinhado, o dígito. Adequado. Preciso. Uma questão de precisão. Adequação.