sexta-feira, 30 de setembro de 2016
quinta-feira, 29 de setembro de 2016
A idade dos porques
Donald Trump usa "because" como conjunção copulativa: liga frases (aparentemente) não relacionadas com a palavra. Umas atrás das outras. Há quem esteja não idade dos porquês; Trump, ao invés, está claramente na idade dos porques.
terça-feira, 27 de setembro de 2016
Dizia que era uma pessoa generosa...
... porque o cardiologista lhe tinha dito que tinha um bom coração.
segunda-feira, 26 de setembro de 2016
Quarteto de Ricardo Toscano no OutFest
(Publicado originalmente aqui)
À hora marcada para o início do concerto só se vislumbra o segurança do parque Marechal Carmona em Cascais, que parece guardar os instrumentos abandonados em cima do palco, e um espectador mais fervoroso que colocou uma cadeira de lona estrategicamente direcionada para o palco. Uma volta ao parque e três bolas de gelado duma roulotte da Santini depois e finalmente vemos os músicos a preparar-se para começar.
Trata-se do festival OutFest, que pretende assinalar os dez anos de existência do OutJazz e que vai encher aquele parque de Cascais de música durante todo o fim-de-semana. A receita, se não é a mesma, é no mínimo muito parecida à de qualquer outro evento do OutJazz (com a excepção de a diferença fundamental da entrada ser paga): um palco em frente a um relvado (ou análogo) onde o público se senta ou estende ao comprido, com ou sem toalha por debaixo, com o sem um copo na mão.
O quarteto de Ricardo Toscano, o prodígio precoce do saxofone, dá o pontapé de saída no palco dedicado ao jazz – para além deste, há também o principal com uma programação eclética, e o Red Bull Silence Garden, onde um DJ toca para cada pessoa individualmente. Às primeiras notas, o público foi chegando, abandonando outras zonas do parque, outros palcos e seguindo a música, qual zombie enfeitiçado.
O set inicia-se em força, com o Scrapple from the Apple, um tema de Charlie Parker, a transbordar de bebop. Toscano faz-se acompanhar por João Pedro Gil ao piano, Romeu Tristão no contrabaixo e Marcos Cavaleiro na bateria, que nos levam num passeio por cerca de meia dúzia de standards. Destaco uma versão lindíssima da balada I don’t stand a ghost of a chance with you, encaixada no meio de um alinhamento maioritariamente composto por temas mais enérgicos.
Ouvir este quarteto é olhar para um futuro que se adivinha, à partida, risonho. É saber que o jazz nacional está bem entregue, em boas mãos, que vão cuidar dele lindamente. Nem é bem saber, é mais confirmar aquilo que já se sabia. Porque se a Toscano é atribuída uma participação nesse futuro afortunado, não é de agora a descoberta: já é porta-estandarte há algum tempo, fruto de uma maturidade a tocar, um savoir faire que normalmente são características de idades mais provectas. A boa notícia é que temos anos de música pela frente.
À hora marcada para o início do concerto só se vislumbra o segurança do parque Marechal Carmona em Cascais, que parece guardar os instrumentos abandonados em cima do palco, e um espectador mais fervoroso que colocou uma cadeira de lona estrategicamente direcionada para o palco. Uma volta ao parque e três bolas de gelado duma roulotte da Santini depois e finalmente vemos os músicos a preparar-se para começar.
Trata-se do festival OutFest, que pretende assinalar os dez anos de existência do OutJazz e que vai encher aquele parque de Cascais de música durante todo o fim-de-semana. A receita, se não é a mesma, é no mínimo muito parecida à de qualquer outro evento do OutJazz (com a excepção de a diferença fundamental da entrada ser paga): um palco em frente a um relvado (ou análogo) onde o público se senta ou estende ao comprido, com ou sem toalha por debaixo, com o sem um copo na mão.
O quarteto de Ricardo Toscano, o prodígio precoce do saxofone, dá o pontapé de saída no palco dedicado ao jazz – para além deste, há também o principal com uma programação eclética, e o Red Bull Silence Garden, onde um DJ toca para cada pessoa individualmente. Às primeiras notas, o público foi chegando, abandonando outras zonas do parque, outros palcos e seguindo a música, qual zombie enfeitiçado.
O set inicia-se em força, com o Scrapple from the Apple, um tema de Charlie Parker, a transbordar de bebop. Toscano faz-se acompanhar por João Pedro Gil ao piano, Romeu Tristão no contrabaixo e Marcos Cavaleiro na bateria, que nos levam num passeio por cerca de meia dúzia de standards. Destaco uma versão lindíssima da balada I don’t stand a ghost of a chance with you, encaixada no meio de um alinhamento maioritariamente composto por temas mais enérgicos.
Ouvir este quarteto é olhar para um futuro que se adivinha, à partida, risonho. É saber que o jazz nacional está bem entregue, em boas mãos, que vão cuidar dele lindamente. Nem é bem saber, é mais confirmar aquilo que já se sabia. Porque se a Toscano é atribuída uma participação nesse futuro afortunado, não é de agora a descoberta: já é porta-estandarte há algum tempo, fruto de uma maturidade a tocar, um savoir faire que normalmente são características de idades mais provectas. A boa notícia é que temos anos de música pela frente.
domingo, 25 de setembro de 2016
sexta-feira, 23 de setembro de 2016
terça-feira, 20 de setembro de 2016
Que fazer quando ligam da Deco a tentar vender uma assinatura a preço de desconto?
Ameaçar que se liga para a Deco?
segunda-feira, 19 de setembro de 2016
O litoral é interior
Fala-se do litoral e do interior de um dado país (não landlocked, claro). E depois fala-se do exterior do país. Mas parece-me difícil que alguma coisa possa não ser interior nem exterior: ou é uma ou outra. Não há nada que não seja ou interior ou exterior. Donde o litoral tem que ser ou interior ou exterior. Como é pouco provável que o litoral de um país possa pertencer ao seu exterior, atrevo-me a dizer que pertence ao interior. Donde se conclui que o litoral está no interior. Melhor: o litoral é interior.
domingo, 18 de setembro de 2016
sábado, 17 de setembro de 2016
quinta-feira, 15 de setembro de 2016
Abstracto
Para algo que deveria ser objectivo e concreto, os artigos científicos começam logo com um abstract.
quarta-feira, 14 de setembro de 2016
terça-feira, 13 de setembro de 2016
La chute
«O racismo pode destruir não so o mundo ocidental mas toda a civilização humana. Quando os russos se tornaram eslavos, quando os franceses assumiram o papel de comandante da mão-de-obra negra, quando os ingleses se tornaram «homens brancos» do mesmo modo como, durante certo período, todos os alemães se tornaram arianos, então essas mudanças significaram o fim do homem ocidental. Pois não importa o que digam os cientistas, a raça é, do ponto de vista político, não o começo da humanidade mas o seu fim, não a origem dos povos mas o seu declínio, não o nascimento natural do homem mas a sua morte antinatural.»
As origens do totalitarismo, Hannah Arendt
As origens do totalitarismo, Hannah Arendt
segunda-feira, 12 de setembro de 2016
sexta-feira, 9 de setembro de 2016
quinta-feira, 8 de setembro de 2016
Quarteto
O saxofonista, à palheta com o pianista, comentou a sua fraca opinião sobre o baterista. Dizia, em surdina, que lhe faltava técnica, que é preciso unhas para tocar guitarra. O baixista ouviu a conversa. Confrontou-o e ele assobiou para o lado. Desagradado com a resposta (ou falta dela), o baixista deu com a boca no trombone ao baterista que se sentiu o bombo da festa e afinou de tal forma que queria ir aos fagotes ao saxofonista. O baixista ficou aflito e rapidamente se arrependeu, temendo pelo futuro do quarteto: um saxofonista com a boca aleijada faz tanta falta como uma guitarra num enterro. Que gaita! Foi preciso dar muita música ao baterista para que se acalmasse e enfiasse a viola no saco.
quarta-feira, 7 de setembro de 2016
terça-feira, 6 de setembro de 2016
domingo, 4 de setembro de 2016
sábado, 3 de setembro de 2016
Não ha saúde física nem mental.
Há saúde.
sexta-feira, 2 de setembro de 2016
quinta-feira, 1 de setembro de 2016
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