segunda-feira, 29 de outubro de 2012
What is the cheapest full body you have?
Tinha uma por 65 no armazém, foi buscá-la para que a experimentasse. Insuportavelmente horrível. Voltei para a segunda mais barata, a que estava em exposição e que já tinha estado nas minhas mãos. Levo esta. Grand, foi a resposta dele, seca e fechada.
domingo, 21 de outubro de 2012
Pulling the Plug
Detesto brincar com elásticos. Esqueço-me que a resistência tem um limite. Estalam-me nas mãos e aleijam-me. Fico irritado. Fico irritado não tanto porque me aleijar mas por não ter conseguido antecipar. Mesmo sendo o desfecho óbvio. Um dos piores mecanismos de defesa que temos é achar que desta vez vai ser diferente. Uma espécie de mentira auto-induzida. Um logro, um querer acreditar, uma miragem. Quando a Fata Morgana se esfuma, está um deserto inteiro à frente dos nossos olhos. Ele já lá estava, só não o vimos. Ou só não o quisemos ver.
sábado, 20 de outubro de 2012
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
Outliers
Tim Besley dá uma perspectiva histórica sobre a evolução de regimes fiscais. A certa altura, tem um slide com um gráfico que traça no eixo horizontal uma medida de defesa dos direitos de propriedade e no eixo vertical a carga fiscal em percentagem do PIB. A relação é positiva: países com maior incidência fiscal têm maior protecção dos direitos de propriedade. A questão é se esta relação é espúria, podemos inferir alguma causalidade? Dá-nos a opinião dele. Países em que o Estado arrecada grandes percentagens do rendimento em impostos têm um incentivo para promover o crescimento, daí a maior atenção dada à qualidade institucional.
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
Handy
De repente parecem-me todos doidos varridos, a falar sozinhos no meio da rua. Riem e tudo. Mas não estão. Nem doidos nem a falar sozinhos: têm auriculares e vão a falar ao telefone. Mas juro que parece.
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Una monedita
Quem me dera conseguir como tu és. A sério. Deve ser tudo mais fácil. A redução da vida a meia de objectivos concretos. Simples. Porque o resto não vale a pena questionar. Chamas-me “restless”. Aceita as coisas como elas são, aceita a vida como ela é e aquilo que tem para te oferecer. Um conforto de conformismo. Como se o percurso já estive inexoravelmente traçado, uma linha que não depende de nada que queiras ou possas fazer. Explico-te porque não consigo, explico-te que até gostava de conseguir mas é tão difícil. Explico-te porque isso é tão difícil para mim. Respondes-me: “do you think I’m happy?”. Digo-te que gostava de ser como tu. A sério. Tudo mais fácil. Deixar o cinismo vencer, conformar-me. Mas é difícil. Tão difícil.
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
Cenas
Só me apetece postar a rain song. Porque chove desalmadamente outra vez e porque é uma música dos Led Zep, fica sempre bem. Menos mal, não tenho forçosamente que ir à rua hoje. Mas apetecia-me: há berbequins por debaixo de mim. Martelos e barulho. Recomeçaram hoje, pensei que tinham parado no final da semana passada mas voltaram à carga há menos de uma hora.
domingo, 7 de outubro de 2012
Direita e esquerda não partidária
Sou um desastrado quando me cruzo com pessoas na rua. Primeiro esqueço-me que se circula pela esquerda e forço instintivamente o cruzamento pela direita. Depois, quando me vem à cabeça que estou a fazer ao contrário do que é suposto, tento seguir os trâmites mas a minha incompetência,fruto de anos e anos a chegar-me à direita vem ao de cima. Até à piscina a regra chegou. A excepção é uma das pistas, eventualmente estrangeiros como eu a nadar. Talvez um dia consiga. Para um dia destes, conduzir. Se, entretanto, não morrer atropelado ao tentar atravessar a rua por ter olhado para o lado errado - outro problema crónico parcialmente resolvido com as inscrições a indicar qual o lado correcto. Hei de lá chegar.
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Faint
O sol põe-se lá ao fundo entre os prédios da zona norte. A estrutura metálica pontiaguda reflecte a luz tímida. Estão a construir uma ponte mesmo aqui à frente, há uma grua verde feia e barulho constante das obras durante o dia. Do sétimo andar, a sala envidraçada é uma janela aberta sobre a cidade.
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