segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Assim está bem

«A Igreja católica do México decidiu formar mais padres exorcistas para combater a crescente “influência de Satanás e do maligno” que, na sua opinião, está por trás da violência e criminalidade que causaram a morte de mais de 30 mil pessoas nos últimos quatro anos.

O objectivo é ter um sacerdote especializado em exorcismos em cada paróquia do país. Esse religioso não lidará directamente com as forças da autoridade, mas contribuirá para o combate ao narcotráfico, “oferecendo resgate aos que foram influenciados pelo mal”, explicou o coordenador do grupo de exorcistas da Cidade do México, Pedro Mendoza Pantoja, à BBC Mundo.

“O trabalho do demónio tornou-se demasiado fácil”, diz o sacerdote, referindo o recurso ao espiritismo, ocultimos, bruxaria e venerações semipagãs, como o culto da Santa Morte por parte dos cartéis da droga. “Há muita gente que se afasta de Deus e busca o mágico como saída fácil dos problemas”, lamenta.»

Notícia d´O Público

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Sazonalidade

Há a época da apanha da uva. A época da apanha da azeitona. A da batata. De tantas outras coisas. Cada vez estou mais convencido que também deveria existir a época da apanha do boné.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Come undone

Tudo só por pensar que posso não chegar. Que posso não ser suficiente. Suficientemente bom. Para poder chegar para ti. Estar à altura, à tua altura. Lá bem no alto, inatingível. E por isso as mentiras. Não são bem mentiras, são antes fabulações. Projecções daquilo que aquilo que deveria ser, que queria ser para que chegasse. Para poder ser suficiente. Para te poder ser suficiente. Não te zangues comigo por te mostrar o que não sou. Não estarias seguramente à espera que te mostrasse a minha incapacidade para estar à tua altura? Uma insuficiência. E sobretudo não me fales em insegurança.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Tremoço

Esta cena de festejar os 69 anos do Eusébio - e não qualquer outra data, enfim, redonda - é mesmo muito saloia.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Tenho a sorte de ter um parsidente que acardita em mim

Aos americanos falta um presidente que não tenha que ser um homem religioso para poder ocupar o cargo. Que não tenha que tomar posse com uma mão na bíblia, so help me God. Que não tenha que fazer contas de cabeça para escolher a igreja que passará a frequentar aos domingos de manhã. Que não termine discursos com “God bless”’ isto e aquilo, a torto e a direito. Se o caminho percorrido até ter um negro na Casa Branca foi longo, árduo, tortuoso, este último não lhe fica nada a dever.

A nós falta-nos um presidente negro. Ou melhor, não-caucasiano. Ou uma presidenta.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Sangue azul

Na sede da campanha de Fernando Nobre os apoiantes do candidato gritam estusiástica e ininterruptamente o seu apelido. Não sei se referem ao fiambre se às salsichas.

Grey out

Há semanas que a teimosia da neve foi vencida por uma chuva escorreita. O frio progressivamente deu ares de querer voltar e hoje a manhã amanheceu com geada no chão. E a cor cinzenta. Perguntam-me do que é que eu mais sinto a falta, usam a palavra “saudade” para fazer essa pergunta porque acrescenta aquele toque aportuguesado àquilo que dizemos. Claro que posso dizer que é das pessoas. Das minhas pessoas, não das pessoas em geral. E da comida: a comida é um desses chavões enormes. E depois o tempo, obviamente. Perguntam-me pelo frio. Comparam com aquilo que deveria ser – mas não é – a ausência do mesmo na nossa terra. E não é tanto pela temperatura. É pela cor. Pelo azul do céu face ao cinzento. Pelo dourado do sol que aqui passa semanas fechado no armário. Lisboa tem uma luz inexplicável, inqualificável. E é dela que tenho as tais saudades.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Nem sai de cima

´Come, you are not drinking! I hate it when people take so long to drink a single glass. It is like putting on a condom to masturbate.’

Shantaram, Gregory David Roberts

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Olho para estas datas todas.

E não resisto. Penso sempre: onde é que eu estava quando? Ao mesmo tempo que isto estava a acontecer, estava a fazer qualquer coisa. Estéril e desinteressante.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Du wirst meine Liebe nicht entgehen

Os estalidos. Graves. Secos e ásperos. Estala tudo e a frase ali. Todos os dias. Sempre a espreitar, sempre à coca. Este tempo todo sempre atrás de mim como uma sombra, uma companhia inesperada. Como os estalidos que não desaparecem, teimam em arrastar-se atrás de mim. Graves. Secos e ásperos. Não consegues fugir. Não vale a pena. Este tempo todo ali, mesmo à minha frente. E eu sem perceber. E eu sem conseguir perceber. E eu sem querer perceber. Os estalidos. Sempre a espreitar sempre à coca. Sempre à espera para ver quando. Finalmente. Quando é que eu noto. Percebo. Quero perceber. E sempre sem poder fugir. Está lá, há tanto tempo, este tempo todo. E não sai dali. Não vai a lado nenhum. Seco e áspero. Grave.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Outro brinquedo novo

Mas este não é meu. Embora esta imagem tenha sido capturada com um brinquedo igual ao meu. Mas não o meu. Créditos da foto ao Ricardo.


Meet Joana

domingo, 9 de janeiro de 2011

Dois minutos.

E, no entanto, não sei explicar. Dois minutos de atraso no relógio do meu telemóvel. Que, ainda por cima, é esse que uso: detesto usar relógios de pulso. Passo os dias a tirar o telemóvel do bolso, a abrir a tampa para que a luz se acenda e eu consiga ver que horas são. Mas sempre com os dois minutos de atraso da tabela. De tal forma que, automaticamente, olho para aquelas horas que o visor indica com mais dois minutos somados. De imediato. Agora, porque carga de água nunca acertei o raio dos dois minutos, não faço ideia. Periodicamente tenho que entrar no menu e ir às definições para retirar ou avançar horas consoante os fusos horários ou as mudanças de horário anuais. E faço-o sempre. Mas nunca me ocorreu, já que estava a acertar as horas – neste caso, só mesmo a hora – aproveitar para acertar também a parte dos minutos. E somar aqueles dois que acabo por fazer de qualquer das formas.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

...

«You need to relax
I’m more confortable tense»

The International

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011